Caderno Operação
BEM VINDO!
É com grande satisfação que apresento este caderno, uma ferramenta fundamental para o sucesso das nossas operações de tratamento de efluentes. Aqui na nossa empresa, adotamos o Modelo de Gestão PACHA como a espinha dorsal de nossas atividades. Esse modelo foi desenvolvido para orientar nossa equipe, integrar todos os setores e assegurar um padrão de qualidade que atenda às expectativas tanto de nossos clientes quanto de nossos colaboradores.
Acreditamos que a eficiência operacional e a qualidade de nossos serviços são essenciais para alcançarmos resultados excepcionais. A PACHA não é apenas um guia, é a base de uma operação otimizada, segura e sustentável. Neste caderno, vocês encontrarão diretrizes, melhores práticas e informações essenciais que nos ajudarão a trabalhar em conjunto, sempre buscando a excelência no tratamento de efluentes.
Conto com o comprometimento de cada um de vocês para que possamos, juntos, desenvolver uma operação que orgulhe a todos nós. Vamos fazer da PACHA uma realidade em nosso dia a dia e garantir que cada ação reflita nosso compromisso com a qualidade e a responsabilidade ambiental.


MGP
Modelo de Gestão PACHA é um produto desenvolvido para guiar as atividades operacionais, integrar a equipe e garantir um padrão de qualidade entre nossos clientes e colaboradores. Ele é a base de uma operação otimizada, segura e de bons resultados!
O modelo de gestão foi estruturado com base no ciclo PDCA para ser uma ferramenta de um Sistema de Gestão da Qualidade integrado da PACHA.

Organizar os dados, expor demandas contratuais e características iniciais do efluente, conferir os itens documentais legais e listar materiais necessários.
Implementar o planejado realocando recursos aonde for prioritário com a elaboração de fluxogramas da ETE e a geração de indicadores.
Monitorar e controlar os resultados obtidos na operação através da avaliação dos indicadores e registros em relatórios, laudos de análises externas.
Executar ações preventivas e corretivas para melhorar o desempenho dos processos e equipamentos operacionais que serão balizados por um plano de ação.
Legislação Aplicada
Para desempenhar nossos trabalhos em uma Estação de Tratamento de Efluentes, precisamos estar de acordo com a legislação vigente correspondente aos lançamentos de efluentes.
- LEI nº 16.174 DE 22 DE ABRIL DE 2015, estabelece regramento e medidas para fomento ao reúso de água para aplicações não potáveis.
- Resolução CONAMA nº 357/2005, estabelece a classificação dos corpos hídricos e os critérios de qualidade da água em diferentes classes, regulando os limites de poluentes que podem ser lançados.
- Resolução CONAMA nº 430/2011, regulamenta o lançamento de efluentes líquidos em corpos d’água, com padrões e condições que devem ser atendidos, como a exigência de tratamento prévio adequado.
- Para o estado de São Paulo – DECRETO 8.468/1976 – Aprova o Regulamento da Lei n° 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente.
As legislações acima contemplam importantes normas aplicáveis. É fundamental ressaltar que a conformidade legal varia conforme o segmento de atuação, a localização geográfica e outros fatores específicos do cliente. Portanto, é imprescindível realizar uma verificação detalhada das legislações pertinentes ao contexto do cliente, assegurando que todas as exigências legais sejam atendidas.
Tipos de Tratamento de Efluente
Cada uma dessas etapas desempenha um papel vital na remoção de poluentes, garantindo que os efluentes atendam aos padrões de qualidade exigidos e possam ser devolvidos ao meio ambiente de forma segura.

Tratamento preliminar
Grandes detritos e sólidos grosseiros são removidos por meio de grades e peneiras.

Tratamento primário
Sólidos em suspensão são removidos e há formação de flocos por meio de aglutinação.

Tratamento secundário
A matéria orgânica remanescente é decomposta através de processos biológicos com a ação de microrganismos.

Tratamento terciário
Poluentes específicos, nutrientes e metais pesados são removidos utilizando técnicas avançadas.
Aplicação
- Entrada: ao receber o efluente no processo, é essencial conhecê-lo para determinar as formas de tratamento adequadas e ajustá-lo, de forma que seja possível controlar as etapas seguintes do tratamento.
- Preliminar: Esta etapa do tratamento será responsável por remover os sólidos grosseiros que podem entupir bombas e tubulações, além de se depositarem no fundo dos tanques, criando condições favoráveis à anaerobiose.
- Primário: aqui o efluente passará pela sua primeira alteração de características químicas. Normalmente composta por um flotador ou decantador primário, esta etapa é fundamental para reduzir a carga orgânica e a concentração de sólidos em suspensão no efluente. Após esta etapa, espera-se um efluente com baixa concentração de sólidos suspensos, mas com concentração significativa de DBO/DQO.
- Secundário: o efluente gerado na etapa anterior, ainda rico em matéria orgânica, passa por um processo de atuação bacteriana para depuração da fração dissolvida. Em seguida, ocorre a separação física das fases, que pode ser feita por decantação ou por sistemas de membranas. Após esta etapa, a eficiência na remoção de sólidos, DBO e DQO supera facilmente os 90%.
- Retorno de lodo: O retorno de lodo é essencial para manter o sistema biológico ativo e operante, pois retroalimenta o processo com bactérias e outros microrganismos. O lodo é proveniente dos decantadores e tanques de membranas e é encaminhado para o reator biológico.
- Saída: este é último ponto da ETE antes do efluente gerado ser enviado para rede coletora ou ambiente natural. É fundamental garantir que todos os parâmetros estão dentro dos valores de referência legais e caso não estejam, passem novamente por tratamento." por "É fundamental garantir que todos os parâmetros estejam dentro dos valores de referência legais e, caso não estejam, o efluente deve passar por novo tratamento.
Carga Orgânica (kgDQO/m³.dia)
Quantidade de matéria orgânica no efluente.
Carga Orgânica (kgDQO/m³)= DQO: (mg/l ) x Q (m³/dia)/ 1000
Aplicação: Entrada / Primário / Saída
pH
Parâmetro que indica a acidez ou basicidade de uma solução aquosa, variando de 0 a 14.
Aplicação: Entrada / Primário / Secundário / Saída
Temperatura (°C)
Medida da energia térmica de um sistema, relacionada à energia cinética média das moléculas.
Aplicação: Entrada / Primário / Secundário / Saída
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) (mgO₂/L)
Quantidade de oxigênio necessária para que micror-ganismos decomponham a matéria orgânica.
Aplicação: Entrada / Primário / Saída
Demanda Química de Oxigênio (DQO) (mgO₂/L)
Quantidade de oxigênio necessária para oxidar toda a matéria orgânica presente em uma amostra.
Aplicação: Entrada / Primário / Saída
Sólidos Suspensos Totais (SST) (mg/L)
Quantidade total de partículas sólidas que estão suspensas e podem ser removidas por filtração.
Aplicação: Entrada / Secundário / Retorno de lodo / Saída
Sólidos Suspensos Voláteis (SSV) (mg/L)
Quantidade total de partículas sólidas capazes de serem volatilizadas expostas à altas temperaturas.
Aplicação: Secundário / Retorno de Lodo
Sólidos Sedimentáveis (RS’30 e RS’60) (mL/L)
Partículas que se depositam no fundo após um determinado período e, em seguida, são removidas.
Aplicação: Secundário / Saída
Vazão (m³/h)
Quantidade de efluente que passa por uma seção transversal (canal ou tubo) em um determinado intervalo de tempo.
Vazão (m³ / h) = Volume (m³) / Tempo (h)
Aplicação: Entrada / Primário / Secundário / Saída
Relação A/M
Relação de equilíbrio entre a quantidade de matéria orgânica (Alimento) e biomassa (Micror-ganismos) que decompõem a matéria orgânica presente.
Relação A/M ( KgDBO/ KgSSV . d ) = DBO (mg/L) x Vazão (m³/h) / SSV (mg/L) x volume do tanque m³
Aplicação: Primário
Tempo de Detenção Hidráulico (TDH)
Tempo médio que o efluente permanece dentro de um tanque durante o tratamento, essencial para o dimensionamento e eficiência do processo.
TDH (horas) = Volume do tanque (m³) / Vazão (m³/h)
Aplicação: Premilinar / Primário / Secundário
Idade de lodo (IL)
tempo médio que os sólidos suspensos voláteis (SSV) permanecem no sistema de tratamento antes de serem removidos como excesso de lodo.
IL (dias) = SSV (mg/L) x Vazão (m³/h) / SSV retorno de lodo (mg/L) x Vazão de descarte (m³/h)
Aplicação: Secundário
Índice Volumétrico de Lodo (IVL)
Avalia a capacidade de sedimentação do lodo em sistemas de lodos ativados, medindo o volume ocupado pelos sólidos suspensos após um período de sedimentação e, assim, indicando a qualidade do lodo.
IVL= (RS’30 (mg/L) / SST (mg/L)) x 1000
Aplicação: Secundário
Microbiologia
Análise da quantidade e qualidade dos microrganismos presentes, o que pode indicar a qualidade do efluente, do lodo ou apontar problemas operacionais. Os principais métodos incluem a contagem de microrganismos, a distribuição de flocos e a presença de bactérias filamentosas.
Aplicação: Secundário / Retorno de Lodo
FLUXOGRAMA
Fluxograma de ETE: Ilustrativamente, uma ETE é composta por um fluxograma complexo e essencial para seu bom gerenciamento.

Microbiologia nos Sistemas de Lodos Ativados
A microbiologia é um elemento essencial nos sistemas de lodos ativados, pois os microrganismos são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica presente nos efluentes. Compreender as diferentes comunidades microbianas e suas funções permite otimizar e manter a eficiência do sistema.
A análise microbiológica dos lodos ativados é essencial, pois ajuda a identificar rapidamente problemas operacionais como toxicidade, otimiza parâmetros como aeração e carga orgânica e garante que a presença ou ausência de microrganismos não comprometa a eficiência do sistema. A seguir alguns exemplos de microrganismos e seus papéis.
Importância e Impacto da Ausência de Microrganismos em Sistemas de Lodos Ativados:

Bactérias filamentosas
Importância: contribuem para a floculação e sedimentação do lodo, melhorando a clarificação do efluente.
Ausência: Pode prejudicar a sedimentação, resultando em efluente turvo e maior teor de sólidos suspensos.

Ciliado andarilho
Importância: Degradam partículas orgânicas e competem com microrganismos indesejados.
Ausência: Indica desequilíbrio e pode favorecer bactérias indesejadas.

Ameba
Importância: amebas ajudam a controlar a população de bactérias e a degradação de matéria orgânica.
Ausência: Pode indicar condições de desbalanceamento e excesso de matéria orgânica, prejudicando o tratamento.

Ciliados
Importância: Consomem bactérias em suspensão e partículas orgânicas, ajudando a clarificar o efluente.
Ausência: Pode indicar condições inadequadas de oxigênio e resultar em efluente com elevado teor de sólidos suspensos.

Flagelados
Importância: Comuns em condições de baixa carga orgânica, ajudam a sinalizar problemas de carga no sistema.
Ausência: Pode indicar sobrecarga orgânica ou condições anaeróbicas, afetando a eficiência do tratamento.

Rotíferos
Importância: Indicadores de estabilidade do lodo, auxiliam na digestão de partículas orgânicas e controle do excesso de bactérias.
Ausência: Pode sugerir condições de instabilidade, como toxicidade ou variações extremas de carga, comprometendo a qualidade do tratamento.

Nematóides
Importância: Sinalizam condições saudáveis e equilibradas dentro do sistema.
Ausência: Pode indicar problemas de qualidade do lodo, como excesso de sólidos ou condições inibitórias para a vida microbiana.
Boas Práticas
Segurança: A PACHA preza pela integridade de seus colaboradores a todo momento, sendo imprescindível o uso dos Equipamentos de Proteção Individual adequados.

Fluxograma para Emergências





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